Cultura

Divas Dance: a dança como forma de ver a vida

Roberta Marques conta detalhes sobre sua trajetória profissional e sobre sua grande paixão: o projeto DIVAS DANCE

Muitos vêem na dança uma oportunidade divertida e agradável de praticar exercícios físicos. Além desses benefícios, a professora de dança Roberta Marques encontrou na modalidade uma chance de transformar a vida das pessoas. Formada em Educação Física, Roberta é sócia da academia Vip Training, onde coordena o projeto Divas Dance, uma iniciativa que há quase dois anos proporciona momentos únicos a mulheres que vivem a terceira idade.

A professora conta que, durante os encontros, as alunas dançam, cantam, se divertem, desabafam e trocam experiências. “Não estamos falando de mulheres desocupadas. Muitas são mães metade do tempo, cuidam dos netos, dos bisnetos e o Divas é o momento que elas têm para relaxar”.

A academia tem um potencial muito grande para interferir positivamente na vida das pessoas. Percebi que propor uma aula de dança era muito pouco e inclui no programa chás, idas ao cinema e viagens", diz Roberta.

Roberta decidiu unir sua paixão - a dança - com o desejo de colaborar com a qualidade de vida de mulheres experientes e, à medida que as aulas avançaram, os vínculos cresceram. A relação entre professor e aluno deu lugar a laços de afeto e as lições de vida ultrapassaram as salas de aula. “A academia tem um potencial muito grande para interferir positivamente na vida das pessoas. Percebi que propor uma aula de dança era muito pouco e inclui no programa chás, idas ao cinema e viagens”.

A gratidão e o carinho mútuo contribuem para que o projeto avance e conquiste cada vez mais adeptas. “Elas costumam me agradecer pelo trabalho. Mal sabem elas, o tanto que as admiro enquanto brincam umas com as outras. São mulheres experientes, viúvas, esposas e avós, que encontram na dança a ocasião perfeita para se mostrar como são: mulherões”, brinca.

Segredo de Família

 A ideia de elaborar um projeto que atendesse ao público da terceira idade surgiu em 2010, quando a academia organizou uma palestra sobre exercícios e qualidade de vida para um grupo de mulheres acima dos 50 anos. “Minha irmã pediu que eu fizesse uma aula experimental para as interessadas. O sucesso foi tão grande que me perguntei como poderia dar continuidade àquilo”, lembra.

No início, a avó de Roberta, que hoje deixa saudades e lembranças no grupo, desempenhou um papel essencial. “Ela me ensinou que os problemas que a idade traz deveriam ficar em último plano durante as aulas. São assuntos que devem ser tratados no médico”. A avó participou dos encontros e, durante dois anos, contribuiu dando força e dicas valiosas à neta. Para ela, era muito prazeroso estar naquele grupo. “Todas as vezes que penso em levar algo novo para o projeto, penso nela, se ela gostaria”, afirma.

Roberta conta que a ideia é disseminar o conhecimento adquirido na Vip Trainning e fazer do DIVAS DANCE uma modalidade fixa nas academias. “Não falta incentivo à terceira idade, falta entendimento de nossa parte. Os mais experientes amam exercícios físicos, mas precisamos oferecer um ambiente adequado para que eles não se sintam banidos”, destaca.

Por: Ranyelle de Andrade