Alimentação Escolar: Santa Rosa (RS) faz a lição de casa
Prefeitura de Santa Rosa usa 57% do repasse do FNDE para alimentação escolar da agricultura familiar, taxa muito acima da média nacional
Descendo a estradinha rural, passando por algumas lombadas, ao longe se vêem as hortas, as estufas, os tanques de açude e os canteiros. Mais adiante, uma casa com grande porão e gramado. Esta é a descrição do sítio de sete hectares onde mora a família da agricultora Cornélia Nikel Bortoli.
Ela e outros 78 associados da Cooperativa Agropecuária de Economia Solidária (Coopersol) são responsáveis pela maior parte dos alimentos destinados à merenda servida pela rede de ensino do Município de Santa Rosa, no Rio Grande do Sul.
Cornélia, ao lado do marido, dos sogros e de quatro funcionários, é responsável pela produção semanal de aproximadamente 2,5 mil quilos de produtos, como tempero verde, alface, tomate, cenoura, beterraba, pepino, vagem, rabanete, brócolis e rúcula. Os produtos destinados à merenda escolar são entregues a cada 15 dias. O restante é comercializado na feira municipal e mercados locais.
A produção da Coopersol é destinada a 52 centros de ensino e reforça a merenda escolar de 18 mil alunos. “É muita satisfação saber que o teu alimento, que é saudável e produzido com tanto carinho, está na mesa das crianças”, revela Cornélia.
Alimentação de qualidade nas escolas de Santa Rosa (RS)
A Lei da Alimentação Escolar, aprovada em 2009, determina que no mínimo 30% dos recursos do FNDE sejam destinados à compra de produtos da agricultura familiar. No mesmo ano em que a lei entrou em vigor, a Prefeitura de Santa Rosa criou uma equipe formada por servidores das Secretarias de Educação e Agropecuária e técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS) para organizar os agricultores familiares do município. “A agricultura familiar no nosso município é um das principais fontes de desenvolvimento, e o tema da alimentação escolar veio como uma garantia da comercialização”, explica o prefeito Orlando Desconsi.
“Com produtos que chegam às escolas ainda fresquinhos, conseguimos contemplar os três grupos principais para uma boa nutrição, que são os carboidratos, os sais minerais e as proteínas”, explica a nutricionista Lori Passinato, que trabalha há 19 anos na prefeitura e fez parte da equipe que participou do processo de organização dos produtores.
Por: Sandra Cecília
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