segunda-feira, 14 de maio de 2012

Cidades

Ambulantes crescem ao redor da faculdade
Famílias complementam sua renda com a venda de lanches fora da Facitec
 

Professora Inara e seu noivo Bruno garantem a
renda extra do casal. Foto: Raquel Martins

Trabalhadores do setor informal movimentam bilhões de reais segundo dados da Fundação Getúlio Vargas. Uma das razões da procura por essa forma de sustento está na dificuldade de conseguir contratação formal com carteira assinada. A venda de alimentos e bebidas em locais de grande circulação de pessoas é uma das maneiras de iniciar o negócio. Nos arredores da Faculdade de Ciência e Tecnológicas (Facitec) existem vários comerciantes autônomos que complementam ou fazem dessa atividade sua única fonte de renda.
 
Inara Dias leciona geografia há 12 anos na Secretaria de Educação do Distrito Federal. Desde fevereiro, complementa seus ganhos vendendo caldos na porta da faculdade. “Desativei uma empresa de festas que possuía e optei por trabalhar aqui. O salário que recebo como professora é insuficiente, por isso fui obrigada a procurar uma renda extra”, conta Inara, que, ao lado do noivo Bruno Cesar, considera a atividade rentável.


Sem estudo, Antonio vive da venda de
"churrasquinho". Foto: Raquel Martins.

Para Bruno a informalidade traz inseguranças. “Diferente das lanchonetes legais que funcionam dentro da faculdade, nós corremos o risco de sermos retirados a qualquer momento pela fiscalização”, desabafa.

Casado e com dois filhos, Antonio Lemos trabalha há quatro anos com a venda de churrasquinho e tira desse ofício todo o sustento da sua família. “Como não estudei, seria difícil ganhar o que ganho aqui”, afirma. Devido ao movimento, Antonio conta com o apoio da esposa durante o preparo dos alimentos e de um ajudante para servir os clientes. “Meu sonho é terminar os estudos, porém é impossível, já que o trabalho toma todo o meu tempo”, completa o churrasqueiro.


 Sandra Cecília preocupada como bem
estar dos autônomos. Foto: Raquel Martins

A aluna de jornalismo Sandra Cecília acredita que a presença dos autônomos possibilita uma variedade de alimentos maior. “A minha preocupação não é a ilegalidade em si, e sim a instabilidade financeira das pessoas que optam por fugir dos empregos tradicionais”, reflete. Assim como Sandra, muitos alunos também preferem fazer suas refeições nas barracas fora da Facitec.





Por: Raquel Martins e Warley Diniz



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