quinta-feira, 10 de maio de 2012

Cultura

A dura vida das bandas independentes de Brasília
Fugindo da cadeia produtiva do mercado fonográfico, várias bandas brasilienses conduzem suas carreiras e projetos sociais sem apoio governamental

Grupo Viela 17 alia música e ação
social. Foto: Ronaldo Barroso

Há 20 anos na estrada, o grupo Viela 17 tornou-se referência para rappers de todo o país. Para Japão, líder do grupo, o rap é mais que uma representação cultural e sim uma ideologia de vida. Com letras incisivas que retratam a realidade das periferias do Distrito Federal, os artistas dedicam parte do tempo à realização de projetos sociais e utilizam a poesia urbana para resgatar jovens da criminalidade.

Eles não se limitam a fazer shows e a gravar discos. Paralelamente, o Viela 17 conduz  várias ações sociais. Uma delas é o “Rap com ciência”, uma coletânea recheada de canções que envolvem o ritmo do rap e o estudo da matéria de ciências, realizado nas redes de ensino público do DF. Coordenado por Japão, o projeto teve a participação de 77 crianças e parceria da Sangari Brasil. Durante o Rap com ciência, mais de 10 mil cópias foram distribuídas gratuitamente nas escolas públicas do DF.

Clique aqui para assistir ao vídeo do rojeto Rap com Ciência.
Apesar do sucesso, o grupo não conseguiu apoio para que dessem continuidade ao projeto. “A falta de patrocínio foi um grande entrave na conclusão do CD, principalmente durante a fase de mixagem. As pessoas têm muito medo de associarem seu nome ou marca ao rap. Acabamos tirando do próprio bolso o recurso para finalizá-lo, o que para mim era uma questão de honra”, desabafa Japão.

Atitude Rock’n roll

Slow Bleeding utiliza as redes sociais como
 meio de divulgação. Foto: arquivo.

Composta por Marcus Vinícius (vocal), Higor Sales e John Dias (guitarras), Matheus Oliveira (baixo) e Guilherme Thé (bateria), o grupo Slow Bleeding sente falta de incentivos às bandas independentes. Segundo o vocalista, a falta de projetos faz com que o principal meio utilizado para divulgação sejam as redes sociais. “Apesar de todas as dificuldades, o nosso sonho é alcançar um público maior nos shows e gravar nosso nome no panorama musical de Brasília”, conta Marcus.

O show é basicamente autoral, mas o grupo também toca faixas de grupos conhecidos do público do rock, como a banda americana Attila Deathcore. Slow Bleending costuma fazer apresentações em bares da cidade e se unem a outros músicos para organizar festas e shows comunitários. Além disso, viajam para outros estados a convite de algumas bandas. Eles já obtiveram mais de quatro mil visualizações do seu vídeo no Youtube e possuem mais de 300 seguidores no Twitter.

Por: Raquel RIbeiro e Warley Diniz

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