segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Saúde

Cerca de 9 milhões de brasileiras usam pílula anticoncepcional

Pesquisa aponta peculiaridades quanto ao uso do método. As mulheres brasileiras se mostram cada vez mais exigentes e preocupadas com o próprio bem estar

Imagem: Getty Images.
Certamente a maioria das mais de 7 bilhões de pessoas que habitam o planeta não sabem a importância que a pílula anticoncepcional tem para a humanidade. Desde a década de 50, quando a pílula foi inventada, a sociedade sofreu uma revolução no comportamento sexual de homens e mulheres, o que contribui muito para o modo de vida atual. Em pesquisa publicada pelo Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) no mês de outubro desse ano, constatou-se que a pílula é preferência nacional quanto aos métodos contraceptivos. E indo além, revelou significativas diferenças quanto ao uso do medicamento de acordo com a faixa etária. 


A pesquisa utilizou o universo de mil mulheres como amostra distribuída em 10 capitais brasileiras:  Belém, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador e Porto Alegre. Divididas em dois grupos etários chamados de geração X e Y (18 e 46 anos) e geração Baby Boomer (47 a 65 anos), as voluntárias responderam a um questionário com o objetivo de identificar peculiaridades quanto ao uso do método. Foi comprovado que as mais jovens têm maior adesão com 68% contra apenas 27% da geração Baby Boomer. Casada há um ano, a estudante Sandra Cecília, de 24 anos, é uma representante da geração X e Y: "Eu uso a pílula anticoncepcional por causa da segurança e da estabilidade. O uso é válido, pois podemos controlar nossa vida e projetar nosso futuro, podendo planejar uma gravidez para o momento oportuno".

O questionário respondido identificou também semelhanças quanto ao estilo de vida nas faixas etárias. Na geração X e Y foi revelado que 80% das entrevistadas iniciaram a vida sexual antes do 16 anos, diferentemente da geração Baby Boomer onde 15% começaram com essa idade. O estudo apontou as mudanças na sexualidade da mulher brasileira que na geração nascida até 1965 enxerga o casamento como princípio para a atividade sexual. A maioria dessas mulheres (47%) iniciou a vida sexual entre 16 e 20, muitas em virtude do casamento, contrariando a geração atual, que iniciou a vida sexual, em sua maioria, por iniciativa própria (39% do X e Y).

Para o ginecologista Jarbas Magalhães, secretário da Comissão Nacional da Anticoncepção da  Febrasgo, (Federação Brasileira das Associações de Ginecolgia e Obstetrícia), "a pílula anticoncepcional é o método mais aceito. Apesar disso, notamos que as pacientes jovens estão mais receptivas aos métodos que não precisem ser tomados diariamente. A nova geração pensa no lado prático", afirma. A pílula representa uma imensa transformação social e cultural na humanidade. As relações profissionais foram transformadas definitivamente propiciando à mulher um maior controle sobre a sua atividade sexual. Estima-se que no Brasil 9 milhões de mulheres façam uso da pílula. No mundo o número aproximado de adeptas ao método é de 80 milhões.

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