segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Economia

Há opções para todos
Novas modalidades de crédito e economia aquecida permitem que pessoas de classe A a D consigam comprar casa própria, ainda que fora do Plano Piloto

Em Brasília a constante valorização dos imóveis, está forçando parte das famílias de classe B, que pretendiam ter casa própria no Plano Piloto, a irem para outras cidades como Águas Claras e Cruzeiro. Devido à supervalorização dos imóveis no centro de Brasília, as classes C e D também não conseguem ter casa própria no Plano Piloto e acabam migrando para cidades satélites.
Este é o caso do Analista de sistemas Evandro Costa da Silva. Depois de pesquisar valores de imóveis acabou optando por uma casa no Cruzeiro Velho. Pelo fato de ter três filhos, Evandro e sua esposa Tatiane Cardoso Gomes, que é enfermeira, analisaram apartamentos na Asa Sul e casas no Cruzeiro. O casal comparou e destacou as principais diferenças entre os imóveis.

Os apartamentos que olharam eram velhos, e teria que ser feita uma boa reforma. Além disso, os prédios não tinha garagem, eram menores que as casas do Cruzeiro e, por serem apartamentos, a privacidade ficaria limitada.

A decisão da compra do primeiro imóvel fez com que o casal pensasse nas prioridades e necessidades de sua família. Segurança e área de lazer foram os critérios decisivos para a compra da casa.

No caso citado, a família tem uma renda mensal superior a R$10 mil. Pertence, então, à classe B (classe média). A classe A predomina nas Asas Sul e Norte, Lagos Sul e Norte e Sudoeste.

De acordo com a pesquisa feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), as classes existentes no Brasil são divididas da seguinte forma:

CLASSE
SALÁRIOS MÍNIMOS
RENDA FAMILIAR R$
A
Acima de 20
Acima de R$10.200
B
Entre 10 e 20
De R$5.100 a R$10.200
C
Entre 4 e 10
De R$2.040 a R$5.100
D
Entre 2 e 4
De R$1.20 a R$2.040
E
Até 2
Até R$1.020
Fonte: IBGE.


Perspectivas para classes C e D

As pessoas de menor poder aquisitivo, pertencentes às classes C e D, moram, em sua grande maioria, em cidades satélites e do entorno de Brasília, como Ceilândia, Samambaia, Recanto das Emas e Luziânia. São pessoas que sonham com a casa própria, e que estão cada vez mais próximas da realização.

Com prazos de
financiamento entre 20 e 30 anos, possibilidade de utilizar o FGTS, expansão do mercado de trabalho e muitas outras facilidades que o governo tem disponibilizado, as pessoas de classes mais baixas conseguem comprar a tão almejada casa própria.

É o caso de Nilsileia Ribeiro, moradora do Riacho Fundo II. A secretária e seu marido, Wanderson Silva, motorista há 15 anos, conseguiram financiar uma casa tendo a renda mensal equivalente a sete salários mínimos. O financiamento foi feito pela CAIXA e o valor das mensalidades é em torno de R$ 460 por 30 anos. Nilsileia afirma que foi uma grande conquista, pois pagava aluguel superior a esse valor e agora paga a própria casa, podendo assim garantir o futuro do filho. “Sei que trinta anos é muito tempo, mais paguei aluguel a vida inteira e nunca tive retorno algum, eu tinha a impressão que todo mês jogava dinheiro fora. Agora tenho uma vida nova, moro no que é meu, e posso deixar alguma coisa para meu filho”, conta Nilsileia.

Há algumas décadas o sonho da casa própria povoa o imaginário e o coração dos brasileiros. A sensação de segurança proveniente da conquista de um teto sob o qual pode ser colocada toda a família dá o tom maior nessa fantasia. Em Brasília, uma grande parte da população tem conseguido comprar sua moradia própria, porém nem sempre se pode morar nas cidades sonhadas. Muitas pessoas de classe mais baixa conseguem comprar apartamentos e casas no entorno, o que, de acordo com a corretora de imóveis Glaucia Garreto, têm sido uma boa saída, pois estão investindo e proporcionando qualidade de vida, mesmo que longe do Plano Piloto.


Por: Roberta Mrad

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