segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Cidades

Moradores do Areal querem retirada de Albergue
Vizinhos do Conviver relatam que Albergados são culpados pela violência, roubos, furtos e desvalorização de imóveis da área

Complexa. Assim pode ser definida a situação do Albergue Conviver, localizado no Areal, região pertencente a Águas Claras.  Moradores da região, albergados e o Governo do Distrito Federal (GDF) travam uma batalha que parece não ter fim. Vizinhos que reclamam da presença dos ocupantes do local já fizerem abaixo assinado para fechamento ou transferência de local da casa de apoio, mas governo não aponta solução.


Foto: Rafael Silva.

Na portaria há um detector de metais, semelhante aos usados em bancos. Ao todo, 10 seguranças cuidavam do local, que tem capacidade para 700 pessoas. Nossa equipe foi impedida pelos agentes de entrar no Albergue sob a alegação de a diretoria não estar presente, por ser horário de almoço e, ainda, por não termos autorização do GDF.

De acordo nota divulgada no portal AgenciaBrasilia, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest) declara que cada pessoa que se instala no albergue recebe material de higiene pessoal, roupas limpas, calçados e moletom doados pelo Governo do Distrito Federal. Além disso, todos têm direito a um lugar para dormir, com colchão e cobertor. Diariamente, são oferecidas três refeições aos albergados.


Pedreiro Valter Alcântara, de 44 anos, aguarda atendimento na portaria do Conviver. Foto: Rafael Silva.


Cabisbaixo, portando uma tristeza que trouxe das terras paranaenses, o pedreiro Valter Alcântara está sentando na calçada do albergue aguardando atendimento. “Meus pais morreram, não tenho parentes, filhos, mulher... Enfim, família”, relata aos prantos.  Alcântara diz que foi parar na casa de apoio por não fazer planejamento financeiro. “Sou pedreiro, carpinteiro e pintor com muita experiência, mas, infelizmente, não juntei dinheiro e vim pedir ajuda aqui”. Alcântara veio de Umbuarama, interior do Paraná, há cerca de cinco anos, metade deles vividos no Conviver entre idas e vindas.

Proprietária de uma panificadora, Maria Luiza Rodrigues diz que se sente intimidada. “Não condeno os Albergados, e, sim, o Sistema, que é falho. Falta organização, direção. O governo simplesmente pega, joga aí, e dá comida. Simples assim”, diz a moradora inconformada, que reside na região há seis anos. A.L.M. é moradora do Areal e denuncia: “Passo o dia com a janela fechada, atrás das grades, como se eu estive na Papuda, porque já tive minha casa furtada e já fui roubada na rua duas vezes. Falta policiamento! Inclusive, um policial fez chacota por eu ser assaltada às 19h aqui”, declara a moradora, que pediu para ter a identidade preservada.



Segundo albergados, este homem, que sofre de problemas mentais, acabou brigando dentro da casa de apoio. Machucado, ele aguarda na caçada a próxima refeição. Foto: Rafael Silva.
Vizinhos já realizaram um abaixo assinado que recebeu quase 15 mil assinaturas a favor da retirada do Albergue da região. Procurada, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (SEDEST/DF), não respondeu as ligações e e-mails enviados.


Por: Rafael Silva e Roberta Mrad.


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