Mudanças no código de trânsito brasileiro
Nas últimas semanas a cidade de São Paulo viveu momentos de horror no trânsito. Acidentes aconteceram um em seqüência do outro matando e deixando vítimas. A pergunta que surge é o que fazer com uma pessoa que sabe as conseqüências de dirigir embriagado, mas que, mesmo assim, assume o risco, causando tantos prejuízos à vida humana?
O código de trânsito brasileiro vigente não tem um parágrafo que puna como assassinato uma pessoa que esteja dirigindo embriagada e tira a vida de outro. Este crime é qualificado como culposo, quando o infrator não tem a intenção de matar. Dois dos dezesseis integrantes da comissão que discute a reforma do Código Penal, a procuradora Luiza Nagib Eluf e o professor de direito penal Luiz Flávio Gomes defendem uma penalização mais dura para motoristas bêbados, mesmo quando não há acidentes. “Acho essa discussão muito importante, porque cada dia mais vemos acidentes provocados por motoristas alcoolizados, dirigindo em velocidade acima da permitida, atropelando pessoas em cima da calçada ou provocando choques com mortos", resume Luiza.
Manifestação
Mesmo sob forte chuva, cerca de 150 pessoas reuniram-se no bairro de Pinheiros para manifestarem a sua indignação com a impunidade. Em silêncio, homenagearam as vítimas e lançaram uma campanha com abaixo-assinados para mudar a legislação brasileira. A polícia militar paulista ampliou o horário das fiscalizações, que antes eram realizadas até as 4h da manhã. Visando o jovem que sai de casas noturnas geralmente às 6h, a polícia também contará com a ajuda de um novo aparelho, bem parecido com o bafômetro: a diferença é que este pode detectar se o motorista consumiu álcool sem que ele precise se aproximar do aparelho. Enquanto não houver esta reformulação no código de trânsito, acidentes como esses se repetirão e nós como população ficamos a mercê deste horror.
Por: Josiane de Sousa
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