segunda-feira, 21 de maio de 2012

Cidades

Da lama ao concreto
Viver em cidades é algo “novo” para o homem. No entanto, os problemas que existem nelas são nossos velhos conhecidos


Longa estrada de melhorias - Acima, rua da quadra 04
do Setor Oeste - Foto: Thiago Calixto Melo

Primeiro em cavernas. Depois em abrigos de madeira e barro. E agora em concreto, vidro e ferro. Esta é uma rápida exposição de nossas várias moradas ao longo do tempo. Em 2011, a população da Terra atingiu a marca de sete bilhões de habitantes, e pela primeira vez na história, a maior parte agora vive em cidades. Mas os problemas que surgem com o crescimento urbano parecem difíceis de resolver: saneamento, lixo, água tratada, emprego, violência, educação, saúde, entre outros.

Um exemplo deste desafio no Distrito Federal é a cidade Estrutural. Inicialmente um setor de chácaras, a cidade começou como vila, mas hoje abriga mais de 45 mil habitantes de acordo com a Administração local. Em outubro de 2011, a localidade foi oficializada como cidade, podendo receber agora maiores investimentos.
De 20 residências visitadas para esta reportagem, nas quadras 04, 07, 10 e 12, de 71% afirmaram que o principal problema é a falta de bem estar: segurança e lazer. Outros 13% colocam a saúde como quesito fundamental (pois não podem pagar por um plano particular), 5% disseram que há pouca oferta de trabalho na cidade e o restante destacou a educação como necessidade urgente.

Ainda hoje, áreas não ocupadas da cidade são usadas
como depósito de entulhos. Foto: Thiago Calixto Melo


Problema grave da cidade é a convivência com um aterro sanitário a céu aberto. Além de atrair ratos, piolhos e baratas, o fluxo de caminhões dentro da cidade é intenso e produz muita poeira. Não bastando, o lixão acumula grande quantidade de xorume, substância tóxica que já causou vários casos de doenças entre os moradores do novo Setor Oeste da cidade.

Na perspectiva de ver a cidade melhorar, a senhora Maria Celma, moradora há mais de 11 anos, não abre mão de viver lá com os dois filhos, com os amigos e visinhos queridos. “A cidade é boa, mas precisa melhorar. Pra isso a gente faz a nossa parte”.  

Investimento em Cultura
Francisco Leandro tem 26 anos, é artesão e trabalha com semi-jóias há mais de 10 anos. Ele comenta que não tem um espaço adequado na cidade para os artistas trabalharem. “Falta infra-estrutura. Não tem um lugar para expor nossos trabalhos”, afirma Francisco, lembrando que a Administração da cidade deve trabalhar em conjunto com os moradores para promover a cultura. Já Diego Washington, integrante do grupo de funk ‘Bonde D´Lírio’, afirma que o incentivo deveria ser maior. “Ainda não conseguimos viver da nossa arte”, comenta Diego.

Em abril de 2011, a Administração da Estrutural reuniu moradores e artistas da cidade para dialogar e definir uma política de incentivo à cultura de curto e médio prazo. A parceria tem como objetivo promover de forma mais frequente diversão e entretenimento para os moradores.

De acordo com a administradora da cidade, Maria do Socorro, a cultura deve ser contínua, e não apenas em poucos eventos durante o ano. “Queremos transformar a cidade. Dar mais qualidade de vida e um senso de pertencimento aos moradores”, afirma a administradora.

Por: Thiago Calixto Melo

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